"A “Beleza interior” resulta de uma necessidade interior
imperiosa, de uma renúncia às formas convencionais de Belo. Os profanos
chamam-lhe fealdade. O homem (hoje mais do que nunca) tem uma tendência para as
coisas exteriores, e não consegue reconhecer naturalmente a necessidade
interior. Esta recusa total das formas habituais do “Belo” torna sagrados todos
os processos que permitem manifestar a sua personalidade. O compositor vienense
Arnold Schönberg segue solitário esta via, reconhecido apenas por raros e
entusiastas admiradores.
(...)
Schönberg pressente claramente que a liberdade total, sem a
qual a arte se asfixia, jamais é absoluta. Cada época recebe a sua parte, e o
génio mais poderoso não pode ir além deste limite. Mas esta medida tem de ser
esgotada, de cada vez, e por inteiro, e assim o será sempre. Também Schönberg
se esforça por esgotar esta liberdade, e neste caminho de “beleza interior”, já
descobriu verdadeiras minas da “Nova Beleza”. A sua música faz-nos penetrar num
reino novo, onde as emoções musicais não são apenas auditivas, mas também, e
sobretudo, interiores. Aqui começa a “música do futuro”."